Ser gentil reduz a solidão e aumenta a cooperação

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Foto: Priscilla Du Preez | Unsplash

A máxima “gentileza gera gentileza”, eternizada pelo profeta gentileza, é simples, mas real. Um ato gentil pode inspirar outros, gerando um ciclo positivo. Mas, diversos estudos têm apontado impactos mais profundos. Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores da Universidade SWPS, na Polônia, em parceria com a Universidade de Tel Aviv, investigou se praticar a gentileza pode construir capital social e, especificamente, aumentar a propensão à cooperação por meio do fortalecimento dos laços sociais. O resultado foi positivo.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que atos de gentileza se traduzem em maior bem-estar, maior satisfação com os relacionamentos e na percepção do sentido da vida. Quem é gentil experimenta maior senso de pertencimento e é menos propenso a sofrer com solidão ou depressão, segundo a psicóloga Olga Białobrzeska, Ph.D., da Faculdade de Psicologia da Universidade SWPS em Varsóvia. Ela é co-autora, junto a Aleksandra Cisłak-Wójcik, da mesma universidade, e Ilan Roziner, da Universidade de Tel Aviv, da continuidade da mesma pesquisa. O artigo que descreve o estudo, “A gentileza promove a cooperação por meio da conexão social”, foi publicado no periódico Social Psychology.

Como foi realizada a pesquisa

Para chegar a conclusão que a gentileza se traduz em cooperação, os pesquisadores conduziram dois estudos. No primeiro, 463 participantes com idades entre 18 e 67 anos responderam a afirmações como: “ao pagar em uma loja, procuro usar um tom de voz acolhedor ou agradeço sinceramente para tornar as coisas agradáveis ​​para a pessoa que ali trabalha”, medindo a tendência a demonstrar gentileza no dia a dia. Houve também afirmações que mediam a conexão social (por exemplo, “Mesmo perto de pessoas que conheço, não sinto que realmente pertenço”) e atitudes em relação à cooperação (por exemplo, “no trabalho, eu geralmente considero os interesses de ambas as partes”).

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Foto: Rémi Walle | Unsplash

Como esperado, a propensão à gentileza foi associada a um senso de conexão social, e isso previu a disposição para cooperar. No segundo estudo, os pesquisadores decidiram testar o efeito causal da gentileza na disposição para cooperar, manipulando o comportamento dos participantes.

O experimento envolveu 164 alunos do primeiro ano, divididos em 52 equipes de trabalho. Os participantes foram aleatoriamente designados para uma das condições: gentileza e controle. Na primeira condição, eles foram solicitados a agir de forma gentil com os outros durante o trabalho em equipe – preocupar-se com o bem-estar dos outros na equipe sorrindo, usando um tom de voz acolhedor ou ouvindo ativamente as ideias dos outros, e criando um ambiente de trabalho agradável para que todos se sentissem confortáveis.

Os participantes na condição de controle foram instruídos a se concentrar na tarefa em vez do bem-estar dos outros no grupo, o que poderia ser manifestado por uma expressão facial focada, usando um tom de voz neutro ou assertivo e limitando o número de sorrisos e piadas.

Benefícios da gentileza

Os pesquisadores observaram que a gentileza resultou em maior satisfação com o trabalho em equipe e em uma atitude mais positiva em relação à cooperação em geral, em comparação com o foco apenas na tarefa. Isso foi associado a um sentimento de conexão social.

Os resultados de ambos os estudos indicam que a gentileza é benéfica não apenas diretamente e em uma perspectiva de curto prazo, mas também indiretamente, por meio do aumento da conexão social e, consequentemente, do aumento da cooperatividade.

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Foto: Kelly Sikkema | Unsplash

Acontece que gestos relativamente pequenos e simples, como sorrir para os outros ou usar um tom de voz acolhedor, podem se traduzir em efeitos de maior alcance. Assim, a pesquisa oferece implicações práticas para instituições educacionais, locais de trabalho, organizações sociais, políticas e empresariais sobre como aprimorar o capital social, enfatiza Białobrzeska.

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Embora ser gentil seja geralmente visto como uma virtude, também existem algumas crenças negativas comuns sobre ser gentil. Por exemplo, pode ser percebido como um sinal de fraqueza, falta de confiança e, geralmente, uma característica que entra em conflito com a assertividade. Isso pode levar as pessoas a negligenciar a gentileza em situações que exigem eficiência. As pesquisas, no entanto, revelam que gentileza e desempenho eficaz não são incompatíveis; muito pelo contrário: ser gentil pode motivar as pessoas a trabalhar em direção a um objetivo comum.

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