Mesmo com melhora na distribuição, desabastecimento de vacinas persiste em um a cada três municípios; veja estudo
Um novo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou que 33,7% das cidades brasileiras relatam uma situação de falta de vacinas, especialmente infantis. Na última edição da pesquisa, o percentual de localidades em situação de desabastecimento era quase o dobro, com 65,8%. Apesar da melhora no cenário, a CNM avalia os dados como “bastante preocupantes” e os apresentou ao Ministério da Saúde.
Procurada pelo GLOBO, a pasta afirmou que mantém o cronograma de entregas de vacinas em todos os Estados, responsáveis pela distribuição nos municípios, e que a quantidade de imunizantes é definida junto aos gestores locais. O ministério disse que “registra aumento das coberturas vacinais em todo o país”, como resultado das “ações de incentivo — como vacinação nas escolas e a volta das grandes mobilizações nacionais, como o Dia D de vacinação contra a gripe – e da garantia de abastecimento”.
A pesquisa da CNM foi conduzida entre os dias 11 de abril e 14 de maio em 1.490 dos 5.570 municípios brasileiros. Em comunicado, o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, destacou que a falta de imunizantes que fazem parte do calendário nacional de vacinação, como a varicela, mantém a avaliação negativa do quadro.
— Esse cenário de instabilidade perdura pelo menos desde setembro de 2024. Ou seja, já se passaram mais de oito meses com estoques irregulares. Quando uma família se dirige ao posto de saúde uma, duas vezes, e não encontra a vacina, a chance dela voltar e a criança ser imunizada vai diminuindo. Isso é muito grave — avalia Ziulkoski.
Em algumas cidades, a falta de imunizantes era relatada há mais de 90 dias. A principal dose, mencionada por 338 municípios, foi a da varicela, que protege bebês e crianças da catapora. Em seguida, estava a da tetraviral, contra sarampo, caxumba, catapora e rubéola, citada por 165 cidades. Já as vacinas de Covid-19 para adultos e crianças estavam em falta em 91 e 83 lugares, respectivamente. Para a CNM, isso pode ter relação com o aumento de doenças respiratórias.
“A indisponibilidade da vacina contra a Covid-19 foi identificada como um problema nas duas edições anteriores da pesquisa, e a situação, mesmo que em proporções menores, permanece. Essa continuidade na escassez do imunizante compromete diretamente a cobertura vacinal da população, especialmente em grupos vulneráveis, e pode estar relacionada ao aumento observado no número de notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, diz um trecho do relatório.
Quanto à vacina varicela, o governo informou que o cronograma de solicitação dos estados e municípios tem sido atendido conforme disponibilização do fornecedor. Sobre as doses contra Covid-19 para o público infantil e adulto, disseram que 11,6 milhões de imunizantes já foram entregues, sendo 3,9 milhões aplicadas até o momento.
O estado com mais relatos de falta de imunizantes, em números absolutos, é Minas Gerais, seguido por Pernambuco, Bahia e Paraná. Por região, Norte e Nordeste lideram. Na sequência, estão a região Sudeste, a Centro-Oeste e a Sul.
Evolução do desabastecimento
Ao cruzar os dados das três edições da pesquisa — realizadas em setembro e dezembro de 2024 e entre abril e maio de 2025 —, a CNM identificou que 750 municípios participaram dos três levantamentos. O percentual de cidades com falta de vacinas caiu significativamente: era 70,3% em setembro, subiu para 72,9% em dezembro, e caiu para 33,7% na edição mais recente.
Apesar da melhora geral, em 249 desses municípios houve piora no cenário, o que representa cerca de um em cada quatro que participaram de todas as etapas do levantamento.
Leia abaixo a nota do Ministério da Saúde, na íntegra:
“O Ministério da Saúde mantém cronograma de entrega de vacinas a todos os estados, que são os responsáveis pela distribuição nos municípios. O quantitativo é definido conjuntamente com os gestores locais. O Brasil registra aumento das coberturas vacinais em todo o país, resultado das ações de incentivo do Ministério da Saúde – como vacinação nas escolas e a volta das grandes mobilizações nacionais, como o Dia D de vacinação contra a gripe – e da garantia de abastecimento.
Sobre a vacina de Covid-19, em 2025, já foram entregues 11,6 milhões de doses para o público infantil e adulto. Foram aplicadas 3,9 milhões até o momento.
Em relação à vacina da dengue, o Ministério da Saúde adquiriu todo o quantitativo de doses disponibilizado pelo fornecedor. Em 2025, foram distribuídas 1,9 milhão de doses e, deste total, 1,7 milhão foram aplicadas.
Quanto à vacina varicela, o cronograma de solicitação dos estados e municípios tem sido atendido conforme disponibilização do fornecedor. Neste ano, já foram entregues 2 milhões de doses e 1,7 milhão aplicadas.
Estão previstas novas remessas de doses das vacinas de dengue, varicela e as demais que compõem o calendário nacional de vacinação no país”.

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