Cirurgia bariátrica: a urgência de ampliar o acesso pelo SUS em São Carlos e no Brasil

A obesidade é um problema de saúde pública no Brasil — e em cidades como São Carlos, a realidade não é diferente. Trata-se de uma condição crônica que, em muitos casos, não pode ser revertida apenas com dieta, exercícios ou medicamentos. Para uma parcela significativa da população, a cirurgia bariátrica representa mais do que uma chance de emagrecimento: é uma questão de sobrevivência e dignidade. No entanto, apesar do aumento da demanda e do impacto positivo comprovado desse procedimento, o número de vagas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda parece insuficiente, forçando muitos pacientes a buscar o direito à cirurgia na Justiça — um cenário que evidencia o descompasso entre a política pública e a realidade vivida pelos brasileiros.

É preciso lembrar que a cirurgia bariátrica não é uma opção estética. Trata-se de uma intervenção médica indicada em casos de obesidade grave, especialmente quando o paciente apresenta comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e problemas ortopédicos. O acesso tardio à cirurgia pode agravar essas doenças, reduzir a expectativa de vida e aumentar os gastos com tratamentos contínuos no sistema de saúde.

Em São Carlos, relatos de pacientes que esperam tempos na fila, enquanto suas condições se deterioram, são recorrentes e chegaram a este repórter. A frustração é ainda maior quando o recurso final é a judicialização, algo que, embora garantido pela Constituição, deveria ser exceção, não regra. A Justiça, nesse caso, torna-se um atalho para garantir um direito que já deveria estar assegurado de forma ampla, célere e eficiente.

É evidente que há gargalos estruturais. O número de hospitais habilitados para realizar a cirurgia precisa aumentar ou mais vagas devem ser acrescidas nestes locais habilitados, a fila de espera é extensa em cárater nacional, faltam equipes multidisciplinares.

Ampliar as vagas para cirurgia bariátrica no SUS não é apenas uma decisão técnica, mas também um posicionamento ético e social. A obesidade afeta desproporcionalmente pessoas em situação de vulnerabilidade — aquelas que dependem exclusivamente do sistema público de saúde e que não têm acesso a clínicas particulares. Negar o acesso rápido à cirurgia a essas pessoas é aprofundar desigualdades e ignorar um problema que custa caro à sociedade.

O caminho deve ser o investimento em mais centros de referência, a formação de equipes especializadas, o fortalecimento da atenção primária para triagem e acompanhamento, e, sobretudo, a valorização da vida e da saúde como direitos universais.

O Brasil precisa decidir se quer continuar enxergando a obesidade como uma responsabilidade individual — e, portanto, tratável com culpa e abandono — ou se vai finalmente encará-la como a doença complexa e multifatorial que é, merecendo resposta rápida, digna e abrangente.

O aumento das vagas de cirurgia bariátrica pelo SUS é urgente, é necessário e é justo.

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